domingo, 27 de março de 2011


Em uma  sentença histórica, o juiz Cairo Roberto Rodrigues Madruga, da 8ª Vara de Família e Sucessões de Porto Alegre, julgou favorável a união das  psicanalistas Michele Kamers e Carla Cumiotto, permitindo que os filhos gerados por inseminação artificial e no útero de Carla pudessem ser registrados pelas duas como mães das crianças. Pela primeira vez é reconhecido na Justiça o direito de uma mulher, sem nenhum vínculo biológico com seus filhos, ocupar um lugar parental.   A sentença se baseou na comprovação de que Carla e Michele a 11 anos dividem um amor que as torna uma família com vínculos suficientes para dar registro aos gêmeos Joaquim Amandio e Maria Clara Cumiotto Kamers. Esta notícia pode ser muito melhor entendida na publicação da Revista Época. A sociedade brasileira a muito já assume sem traumas os relacionamentos chamados diferentes, o caso das duas psicanalistas é também o caso de muitos brasileiros que lutam pelo direito de terem suas opções de vida e também as opções sexuais, respeitadas pela sociedade e pela justiça.
A decisão da Justiça gaucha, que sempre foi uma justiça de vanguarda deu não só o direito de duas mulheres registrarem seus filhos, mas reconheceu o amor, a família e a responsabilidade de duas pessoas do mesmo sexo e sua capacidade de criar um elo familiar.  A família continua, em moldes novos e que para muitos pode causar estranheza, mas continua mesmo assim.
Outras disputas estão sendo travadas pelos cartórios de todo Brasil, pois implica no direito de herança, de previdência social, de direitos sociais e pessoais previstos na constituição. Famílias de mesmo sexo? Muitas serão montadas.
A família muda? Sim muda, e não adianta sermos hipócritas e colocar um óculos sem lentes em nossos olhos, pois  estamos vendo sim, vendo a sociedade se transformar e,  nas grandes, médias e pequenas cidades, já não é novidade as pessoas “sairem do ármario”, eu não gosto deste termo, mas, usei para dizer que as pessoas estão assumindo os seus mais profundos sentimentos e,  também, para ser claro e objetivo, sem censuras nem contornos  politicamente correto e falar abertamente do assunto como as duas psicanalistas.  A pergunta é , como fica uma árvore genealógica nos casos assim?
MeusParentes é uma das únicas plataformas em que a montagem dos perfis permite a união de pessoas do mesmo sexo. É possível sim,  se criar uma árvore genealógica com dois pais, ou duas mães, só é necessário que a família aceite, ou que o casal decida iniciar a sua árvore genealógica. Esta não é uma novidade em MeusParentes, já existe a muito tempo, novidade é um juiz tomar uma decisão tão revolucionária.

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